A cantora Marcela Guedes, vocalista da banda Samba Ohana, denunciou um episódio de racismo ocorrido na unidade do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. O incidente, registrado por testemunhas presentes no local, aconteceu na quarta-feira, 28 de agosto, e rapidamente viralizou nas redes sociais.
Por meio de suas redes sociais, Marcela relatou que, por volta das 13h do dia 28, foi vítima de racismo, classificando o episódio como “um crime grave e ridículo”.
"Quero dizer que, quando você chama uma pessoa de macaca em uma sociedade estruturalmente racista, você está sendo, com toda a crueza, racista. Não há outro termo para descrever isso", afirmou a cantora.
Segundo Marcela, ela estava no SAC de Lauro de Freitas quando um homem, visivelmente exaltado, começou a bater na mesa e a exigir que a atendente solucionasse seu problema imediatamente.
Marcela relatou que, durante o atendimento, precisou aguardar para pegar outra senha para um segundo procedimento. Nesse intervalo, uma mulher negra se aproximou dela para informar que o homem havia proferido ofensas racistas.
Em resposta ao ato, Marcela retornou ao local e confrontou o agressor: "Se eu sou representada por um macaco, estou muito bem representada. Pior seria se fosse por você", declarou, indignada.
O caso foi registrado na 23ª Delegacia Territorial de Lauro de Freitas. A Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb) informou que está ciente da ocorrência no SAC de Lauro de Freitas e manifestou repúdio veemente ao episódio, colocando-se à disposição da Justiça para colaborar nas investigações.
Vale lembrar que a Lei 14.532/2023, sancionada em janeiro deste ano, equipara a injúria racial ao crime de racismo. Com isso, a pena para esse tipo de crime se tornou mais severa, variando entre dois a cinco anos de reclusão, além de multa. O crime é imprescritível e não permite a concessão de fiança. Ofensas como chamar uma pessoa de “macaco” são tipificadas como injúria racial.
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